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sábado, 2 de novembro de 2013

O COQUEIRO DO DIABO .


"Poderia uma frase pronunciada evocando o mal atrair uma presença diabólica para o nosso mundo atendendo à esse chamado?" O Relato a seguir mostra que isso pode acontecer! ================================================================================= Oi meu nome é Cristiane Fraga sou de São Roque no interior do estado de São Paulo. Adoro a página de vocês. Bem, essa estória não aconteceu comigo, mas com o meu pai, que por sinal é um ótimo contador delas, pois nos deixam arrepiados quando nos conta. Quando o meu pai era criança, quando tinha mais ou menos 11 anos, ele morava no sítio que ainda moramos, só que numa casinha simples de barro. O sítio tem o seu relevo bem acidentado, cheio de "sobe e desce", a casa ficava onde hoje é a casa de alvenaria do meu vô. Naquela época se construía as casas nas partes mais baixas da propriedade, por causa do desnível facilitava o caminho da água que era e ainda é de mina. Naquela tarde tudo correu normalmente, eles trabalhavam na lavoura, e depois de um dia cansativo tomaram banho de rio, e minha vó foi arrumar a janta. Nessa época ainda não tinham energia elétrica e muito menos tv, costumavam dormir cedo e naquele dia não foi diferente. Já estavam dormindo a algum tempo quando todos ouviram um grito horrível vindo de uma baixada que fica na divisa na parte de trás do sítio. Um grito que gelou até a alma deles. Meu pai e meu tio (meu pai tinha 11 anos e meu tio 12) ficaram bem quietos embaixo das cobertas, mas não ouviram mais, foi só uma vez. Aí eu fico imaginando o eco que aquele grito produziu, pois a divisa não é tão perto de onde ficava a casa, e como deve ter sido aterrorizante, meu pai disse que não havia nenhum animal que pudesse proferir um grito daquele, e que se houvesse certamente alguém já teria ouvido, pois a vida toda moramos "no mato", e quem esta acostumado a esse ambiente sabe muito bem cada ruido da mata. Eles ficaram com medo, mas posso assegurar que menos que a tia dele, eu já conto o porque. No dia seguinte o meu tio perguntou pra minha vó se ela tinha ouvido também o grito de madrugada, e ela confirmou e disse que devia ser algum bicho, na intenção de não amedrontar as crianças, meu vô também ouviu. Quando foi mais a tardinha a tia do meu pai que morava num sítio que fica na divisa de trás do nosso chegou na casa da minha vó, era costumeiro os vizinhos se visitarem com frequência, principalmente parentes. Ela chegou normalmente como sempre pra conversar com minha vó e os primos para brincarem com meu pai e meu tio. Quando as crianças estavam brincando no "terreiro", (quintal) ela disse pra minha vó. --- Fiz uma besteira ontem. --- O que você fez? - perguntou minha vó. --- Desafiei o diabo sem saber. --- Credo! Como assim? --- O Virso (assim era o apelido de um de seus filhos, o mais velho) fica comprando pinga no alambique do Mimo (um alambique que tinha na beira da estrada) quando vem do serviço e chega em casa bêbado todo dia. Aí eu fui lá e conversei com o Mimo pra não vender mais pinga pra ele, mas não era pra contar que fui eu quem pediu, que inventasse alguma desculpa. Mas quando ele chegou a tarde, já veio quase me batendo, porque que eu tinha ido lá falar pro homem não vender mais pinga pra ele, que eu não tinha que se meter na vida dele, que ele pagava com o seu dinheiro. Aí o João (irmão da minha vó) deu razão pra ele e também começou a brigar comigo. Nisso eu disse, "quero que o diabo venha me buscar se eu fui lá falar alguma coisa pra ele". Aí os dois ficaram quietos. Não devia ter falado aquilo, porque quando foi de madrugada todo mundo já esta dormindo quando agente acordou com o barulho de vento. Levantamos e fui pra cozinha, quando vi pelo vitrô uma ventania que vinha quebrando galho de árvore, mato e tudo que estava no seu caminho, um berreiro de cabra e cheiro de bode, quando percebi que era o diabo vindo me buscar. Então caí de joelho no chão e comecei a implorar a Deus que me salvasse, e que estava arrependida do que tinha falado. Então o vento e o barulho de cabra deu três voltas na casa e desceu morro abaixo. Juro que nunca mais faço isso de novo. E o pior que ela fez, mais essa é outra estória. Quando ela terminou de contar minha vó falou: --- e você acredita que ontem de madrugada todo mundo ouviu um grito no mato, coisa de outro mundo mesmo? Agora sei o que foi. Ficaram as duas em silêncio por um tempo. A tia do meu pai foi embora,e minha vó contou o que ouviu dela pro meu vô, pro meu pai e meu tio. Eles eram crianças e encararam aquilo como mais uma estória, mas hoje a gente sabe o peso disso. Mesmo sem saber da estória nunca gostei daquela parte do sítio, e depois de saber, menos ainda. Tem um coqueiro que nasceu lá, que eu nomeei de "Coqueiro do Diabo", porque foi dali que ele saiu pra ir buscar a "Dune" (apelido da tia do meu pai), e até hoje não gosto nem de passar perto daquele lugar, que mesmo de dia parece escuro, por ser uma parte de baixada e cheio de arvores grande e velhas, sem contar no coqueiro com aparência de seco olhando pra você. www.alemdaimaginacao.com Cristiane Fraga São Roque - SP - Brasil

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