Conta-se que, certa vez, existiu um homem rico e poderoso que se julgava superior a todos os outros em função dos bens que conseguira acumular.
Habituado a ver qualquer desejo seu prontamente atendido, considerava a vida insípida e tediosa. Sua riqueza já se multiplicava sozinha sem necessidade de sua intervenção, e ele a todos se queixava pela falta de sonhos a realizar e objetivos a alcançar.
Porém, por uma reviravolta do destino, sua sorte mudou completamente e, em um espaço de tempo relativamente curto, se viu reduzido a extremamiséria.
Verificou, um dia, que de sua outrora imensa fortuna só restavam duas insignificantes moedas. Amargurado, duvidando se valeria a pena continuar a viver na condição de penúria a que chegara, resolveu dar um último passeio por uma galeria de lojas e encontrar a melhor aplicação possível para as duas moedas.
Deteve-se diante da vitrine de uma padaria que exibia uma grande variedade de pães e doces. Enquanto observava esses produtos, teve sua atenção despertada pelo que se passava numa loja vizinha, onde eram vendidas plantas e flores. De lá saíra um cliente, seguido pelo vendedor, que portava um vaso com uma roseira e insistia: "Compre esta roseira. Ela está muito barata. Reduzo seu preço para uma moeda", ao que lhe respondeu o cliente:
"Não me interessa uma oferta. Estas rosas estão fornecidas e me exigiram muito trabalho para fazê-las vicejar de novo".
O ex-rico aproximou-se, examinou as raízes da roseira, que não pareciam estar estragadas, e tomou uma resolução. Com uma moeda comprou um pão e com a outra o vaso de rosas.
Alguém que o observava e tinha conhecimento das provações que ele estava passando, exclamou:
"Você realmente enlouqueceu! Na situação em que você está, compreendo por que comprou o pão, mas por que desperdiçou uma moeda com esta roseira?".
O homem outrora rico pensou um pouco e respondeu: "Comprei o pão para sobreviver e as rosas para ter uma razão para viver".
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